Sempre disse que voltaria a trabalhar quando engravidei do Rafa, mas tantas coisas aconteceram, seu nascimento, tantas descobertas, incertezas, enfim, tudo ficara para depois, a dedicação era total ao meu pequeno. Mas esse ano voltei a pensar de novo em trabalhar, concluindo os estudos e tudo mais. E quem procura acha, passei num concurso público e agora não tem jeito, vou voltar a trabalhar mesmo.
Depois que começamos com as sessões de fono, a cobrança de que tínhamos que colocar o Rafa na escolinha aumentaram, a Taís que é a fono dele disse que ele precisa muito conviver com outras crianças, apesar de sua vidinha ser bem agitada ele precisa interagir mais com as crianças e a escolinha seria o ideal, mas quem disse que foi fácil achar uma escolinha pra ele.
Primeiro começamos a procurar em escolinha pública (CEMEI), tem uma perto de casa, a diretora nos recebeu muito bem, mas não tinha vaga. Procurei me informar sobre escolinhas particulares, uma amiga minha que também estava a procura, ouviu de tudo, que tinha que ter um acompanhante pro filho dela, porque não teria como dar atenção às crianças e a outra com deficiência, ou seja, além da mensalidade escolar, também teria que pagar uma pessoas mais pra cuidar de seu filho, é o cúmulo isso.
Até que tem algumas escolinhas muito boas aqui na cidade, mas para pessoas que possuam uma renda muito boa e aí fica difícil. Então tá, vamos procurar mais um pouco, fomos a uma Cemei que nem é perto de nossa casa, quanta decepção...inclusão social....será??????
Uma breve descrição do que eu vi e ouvi.
Escola escura e sombria, chão com pregos aparecendo, vários degraus. Brinquedos, cadê? o que é isso?
O Rafa teve tanta dificuldade em pegar a mamadeira, que faz alguns meses que isso está acontecendo e só agora que ele está segurando com firmeza, é até recomendável que ele faça esse processo de sucção, melhora sua deglutição, mas o que eu ouvi ao contar tudo isso a diretora foi que não podia levar mamadeira, se quer quis ouvir sobre as adaptações que talvez tivesse que fazer pro Rafael, ou seja, não estava nem um pouco disposta a contribuir para sua inclusão social e educacional.
Enfim, na semana seguinte fui a uma escola particular de novo, a funcionária me mostrou todas as salinhas, parquinho, refeitório, não era tão boa assim, disse que havia vaga pra idade dele, foi engraçada a cara que ela fez quando disse que o Rafael tinha uma deficiência, a conversa mudou de tom. Ah, então você vai ter que falar com a diretora, mas acho que não vai ter problema....risadinha amarela....
Mas na semana passada fui a uma Cemei que foi inaugurada aqui na cidade, fomos eu, o Rafa e o Anderson, falamos tudo pra diretora, que nos ouviu e se mostrou muito solícita, está disposta a nos ajudar com as adaptações dele na escolinha, em relação a cadeira, mamadeira, colher, banhos e o que mais for preciso, amei as instalações, tudo novo e lindo, banheiros com barrinhas, rampas, realmente há muitas adaptações pra crianças portadoras de necessidades especiais. Ele começa dia 25-07, quarta que vem, estou muito ansiosa, mas também muito apavorada com toda essa situação, tenho tanto medo dele não se adaptar, de ficar sozinho e não conseguir brincar com as outras crianças....ah meu Deus proteja meu pequeno.
A inclusão social e educacional é um direito de todos, e cabe a nós pais e mães fazer valer esse direito de nossos pequenos que ainda não sabem se defender. E é bom lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoas são colocadas em um grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades diante da vida e com nossos ensinamentos, no futuro eles saberão exercer seus direitos e lutar pela igualdade.
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